A aventura começa
Embarcamos em uma viagem épica de moto, percorrendo 5.600 km ao longo de 15 dias, passando pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. A jornada começou em nossa cidade atual, Marília, Brasil, e foi uma aventura inesquecível, repleta de paisagens deslumbrantes, culturas fascinantes e muita emoção.
Inicialmente, nossa ideia era cruzar o Brasil, passando pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, para depois entrar no Uruguai, ir até a Argentina e voltar para o Brasil. No entanto, devido às fortes chuvas e inundações no Rio Grande do Sul, decidimos desviar do sul do Brasil entrando pela Argentina primeiro, através de Foz do Iguaçu.
Sem mais delongas, vamos ao nosso roteiro!
Brasil
Saída de Marília – SP – Brasil
Nossa primeira parada foi em Bauru, onde deixamos nossos filhos, Miguel e Gabriel. Saímos de Bauru no dia 04/05/2024, por volta das 11h, sentido Cascavel.
Em Cascavel, paramos para dormir e evitar os perigos da estrada à noite. Durante o trajeto, devido à imprudência de motoristas, tivemos que sair para o acostamento para evitar acidentes causados por ultrapassagens irregulares. Por isso, decidimos evitar viajar à noite e dormir em Cascavel.
No dia seguinte, seguimos para Foz do Iguaçu, com uma parada no incrível Castelletto Restaurante. Esse lugar é ótimo para tirar fotos, especialmente para motociclistas e famílias, e possui um preço razoável, valendo a pena pela experiência e pelas ótimas fotos.
Paraguai
Nossa parada no Paraguai foi muito rápida, no dia 05/05/2024 fomos até Ciudad Del Este apenas para aquela breve passeada no Shopping China e ver se algo valia a pena ser comprado, apesar da alta cotação do dólar.
O Paraguai, nessa cidade, lembra muito o centro de São Paulo, muita gente, carros, motos, todo mundo querendo te levar para uma loja escondida e aquela sensação de que vai cair em cilada a qualquer momento. E também é normal ver pessoas fortemente armadas nas portas das lojas, com uma “escopeta” na mão (a famosa 12), uma pistola na cintura de um lado e do outro uma faca no estilo “Rambo”. Agora me diz quem será louco o suficiente para tentar algum crime por ali?
Desconsiderando essas questões, o Shopping China é uma grande loja com tudo que você imagina e, apesar do nome Shopping, fica dentro de um outro Shopping, chamado Shopping Paris. Se for de carro ou moto, como nós, basta desviar de todos que tentam te convencer de algo e seguir firme no propósito de chegar lá. Mas fique tranquilo, o Shopping tem um bom estacionamento com vários pisos, e vale mais a pena do que deixar o carro ou moto em estacionamentos na rua.
Argentina
Nesse mesmo dia, saímos da Ciudad del Este com destino a San Ignacio, na Argentina, passando por Puerto Iguazu na fronteira. Para cruzar a fronteira, nos pediram apenas o documento da moto e documento pessoal (RG ou passaporte). Não nos pediram a famosa “Carta Verde”, que é um seguro obrigatório para veículos em trânsito internacional nos países do Mercosul. Esse documento é exigido para garantir a cobertura de danos a terceiros em caso de acidentes.
A partir desse ponto, a pista era muito boa e não pagamos pedágios em toda a Argentina, exceto em Buenos Aires, que abordaremos depois. De maneira geral, é perceptível a mudança no cenário e na cultura, apesar da proximidade com Paraguai e Brasil.
Os postos de gasolina eram muito longe um do outro, e chegamos a rodar cerca de 150 km sem ver postos de gasolina. É claro que não entramos nas pequenas cidades no trajeto para abastecer, consideramos apenas os postos na rota, sem sair da rodovia.
Uma vantagem da Argentina é a qualidade do combustível, que em vários postos tem a cor azul, diferente do Brasil, onde é alaranjada e até transparente como água em alguns postos. Já o preço do combustível não variou muito do Brasil, após a conversão, girando na faixa de R$ 5,50.
Também fizemos câmbio de real para pesos argentinos em postos de gasolina, no caixa ou com o frentista do posto, que pagaram na média de 170 a 180 pesos por real. É possível também fazer câmbio após cruzar a fronteira, sempre tem pessoas ofertando o câmbio. Nós preferimos não arriscar e fizemos câmbio em locais mais seguros.
San Ignacio e Santo Tomé
Durante essa etapa da viagem, enfrentamos um problema mecânico com a moto: o escapamento soltou e tínhamos que parar com frequência para encaixar novamente. Conseguimos arrumar o escapamento apenas em Montevideu no Uruguai, mais de 2.000 km depois, em uma oficina e museu de motos que abordaremos depois.
Paramos para dormir em San Ignacio e, no dia seguinte, visitamos as Ruínas Jesuíticas. O valor para visitar as ruínas foi de cerca de 2.500 pesos argentinos para visitantes da América do Sul e gratuito para crianças até 6 anos. Na data de 06/05/2024, a conversão estimada da entrada para reais foi de aproximadamente 15 reais por pessoa. Esse valor da entrada dá direito a visitar também as ruínas de Loreto e Santa Ana sem custos adicionais.
É importante também saber que nos cobraram 20 reais para parar a moto NA RUA em frente às ruinas em San Ignacio. E carro o valor era mais alto! Por esse motivo, viramos a esquina e paramos em uma rua de movimento bem próximo à entrada e lá não tivemos problema algum, além de ser gratuito.
Saindo de San Ignacio, paramos em Santo Tomé del Rio Uruguai para abastecer e tirar foto no famoso portal de entrada da cidade. Depois disso, seguimos viagem e paramos apenas para dormir em La Cruz, uma cidade pequena e muito tranquila. Nessa região, é comum ver muitas pessoas sentadas em cadeiras com amigos e família nas praças, tomando seu mate, um chá quente, como o chimarrão no Rio Grande do Sul.
Uruguai
Cruzamos da Argentina para o Uruguai na região de Colón, na Argentina, e Paysandu, no Uruguai. Nessa entrada, pagamos cerca de 300 pesos uruguaios de taxa para entrarmos com a moto, sendo o único local onde pagamos “pedágio” para a moto no Uruguai. Também não nos pediram nenhum documento além de RG/Passaporte e documento do veículo. Após mais alguns km de estrada, devido ao horário e ao tempo que começou a “fechar”, paramos para dormir em Young, uma outra cidade pequena.
Montevidéu
Finalmente, depois de 5 dias de viagem, chegamos à vibrante capital, Montevidéu, onde exploramos o Mercado del Puerto, passeamos pela Rambla e visitamos o histórico Teatro Solís. Conseguimos arrumar o escapamento da moto em uma oficina e museu de motos, a Willy Motos.
Em Montevidéu, ficamos cerca de 3 dias visitando pontos turísticos, a maioria gratuitos que você apenas tira foto do lado de fora. Se fizer um roteiro, poderá visitar tudo a pé, pois por lá é tudo muito plano, então é tranquilo para caminhar.
Durante nossa estadia em Montevidéu, fizemos uma visita ao Museu dos Andes, um local que nos impactou profundamente. O museu é dedicado à tragédia do voo 571 da Força Aérea Uruguaia, que caiu nos Andes em 1972, e às incríveis histórias de sobrevivência dos passageiros. A exposição apresenta uma coleção impressionante de objetos, fotografias e relatos que contam a jornada dos 16 sobreviventes que enfrentaram condições extremas durante 72 dias nas montanhas. A visita ao museu foi uma experiência intensa e reflexiva, proporcionando uma profunda compreensão do espírito humano e da capacidade de superação diante de adversidades inimagináveis. Inclusive, já existem dois filmes que retratam essa história.
Punta del Este
No caminho para Punta del Este, passamos por Piriápolis, uma pequena cidade de praia, mas muito bonita que valeu muito a pena parar para tirar fotos.
Em Punta del Este ficamos apenas um dia, pois foi o suficiente para vermos tudo que nos interessou. Devido ao frio, não fomos à praia, além do fato de que, devido às inundações no Rio Grande do Sul, não estava muito favorável para entrar no mar. Isso porque as águas escoaram pelo Rio Uruguai até chegar ao mar entre a Argentina e o Uruguai, deixando o mar sujo.
No dia que chegamos, demos uma volta pela cidade e jantamos no Box Garden, uma praça de alimentação muito bonita, com vários estabelecimentos para comer e beber. Punta del Este já é famosa pelos seus preços altos, mas o Box Garden pelo que nos disseram era mais acessível. Para ter uma ideia, pagamos cerca de R$ 25,00 em um chopp artesanal e R$ 16,00 em um refrigerante 600ml.
No dia seguinte, enquanto deixamos a roupa para lavar em uma lavanderia da cidade, visitamos o famoso monumento “La Mano”, na Playa Brava, o Faro de Punta del Este, o centro da cidade e vários outros pontos turísticos.
Por último, passamos na famosa Casapueblo, local onde muita gente tira fotos para postar nas redes sociais (e nós também!), para depois pegarmos a mesma rota de volta para Montevideu, mas o destino era Colonia del Sacramento, nossa última parada no Uruguai.
Colonia del Sacramento
Chegamos no fim do dia também em Colonia del Sacramento, e como é uma cidade pequena, também não ficamos muito tempo. Usamos o período da manhã para visitar a pé todos os pontos que vimos na Internet, e valeu a pena!
Para evitar mais 500km de estrada e mais de 7 horas de viagem, corremos para pegar o Ferry Boat da Buquebus em Colonia del Sacramento para cruzarmos para a Argentina novamente, mas dessa vez direto em Buenos Aires. O transporte foi extremamente confortável e a viagem de 1 hora e meia nos proporcionou vistas incríveis do Rio da Prata. O custo foi de aproximadamente 500 reais para nós dois e nossa moto.
Buenos Aires
Chegamos no fim do dia também em Colonia del Sacramento, e como é uma cidade pequena, também não ficamos muito tempo. Usamos o período da manhã para visitar a pé todos os pontos que vimos na Internet, e valeu a pena!